sexta-feira, novembro 24, 2006

Aula de Ética - vídeo on line at Google

UNISINOS - Comunicação Digital

AULA ABERTA EXPERIMENTAL

UMA INTRODUÇÃO À ÉTICA

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sábado, agosto 05, 2006

Do ressentimento, uma vez ainda

Existem, segundo Nietzsche, duas grandes perspectivas de valor. A do senhor e a do escravo, a do ativo e a do reativo, do bom e do mau, do criativo e do ressentido.

A ação do homem ressentido é sempre uma reação. Ele não deixa de ser criativo, mas é sempre uma criação reativa. Ele retroage seja em relação ao passado, seja em relação ao futuro que ele imagina que lhe aguarda. Ele prefere as ações covardes, as intrigas de corredor e a promiscuidade de imprensa, Ele teme sempre as conseqüências nefastas que suas ações poderiam causar no futuro – tal como eles, em sua pobreza mental, imaginam o possível o futuro!

domingo, julho 16, 2006

As Três Ecologias

O livro As Três Ecologias de Félix Guattari visa promover a construção de uma visão de mundo fundamentada, ou melhor, transversalizada em novos paradigmas éticos, políticos e estéticos de caráter ecológicos, constituindo-se assim em uma nova disciplina que o autor chama a Ecosofia.
Trata-se, aí, de um esforço para compreender a dinâmica social em escala (macro) mundial, econômica e cultural e (micro) pessoal e intelectual, a partir das "três ecologias", a saber, a ecologia mental, a ecologia social e a ecologia ambiental, pressupondo uma interdependência ontológica entre estas três dimensões.
Considera-se a necessidade de transformação social - de modo geral do sentido da própria existência humana - no contexto destas três ecologias. Esta escola, a Ecosofia, deveria entrar em confronto com a visão cienticista do mundo - aquela que acredita no valor absoluto da verdade e que considera a ciência como que além do bem e do mal, capaz de revelar a verdade última -, na medida em que envolve paradigmas éticos, estéticos e políticos.
As três ecologias deveriam, assim, articular, na forma da heterogênese, um projeto humano, reorientando o sentido da produção de bens materiais e imateriais e constituindo valores ecosóficos em oposição à hegemonia de sentido e de valores propagados pelas sociedades capitalistas.
Deste modo, neste livro, de uma beleza simples e profunda, Guattari se situa na corrente espiritual que coloca a ecologia como uma das mais importantes questões de nosso tempo. A ecologia tornou-se uma questão de uma grandeza tal que, de agora em diante, ela deverá subordinar (logicamente) o conjunto das ciências ao seu primado elementar. De tal modo que, mesmo a maior de todas as ciências, a filosofia, deveria ser também uma "Ecosofia"?

O Super-homem

O homem não é um fim em si mesmo! Ele deve ser uma ponte para o superhomem. Este era um grande ensinamento de Zarathustra. Ser ponte, ser meio, para algo que virá, ser devir de um homem sempre superior a si mesmo, tal era em grande parte, a filosofia de Nietzsche do Übermensch que muitos ainda hoje fingem ou não querem reconhecer.

segunda-feira, outubro 03, 2005

O problema do ressentimento

Nietzsche foi o primeiro e melhor intérprete do ressentimento. Esta “força reativa”, esta fraqueza de corpo e alma, esta incapacidade para a ação efetiva, plena. O ressentimento é envenenado pelo desejo de vingança – muitas vezes contido e silenciado. A moral escrava é habitada por este sentimento reativo. A alma escrava é incapaz de ação, sua força está corrompida pela reatividade. Pouco age em nome próprio, quando o faz é por reação causada ex soi même. A alma nobre, ao contrário, é dotada de uma força de ação auto constituída. A moral aristocrática é essencialmente ativa, doadora.

A Amizade e Aristóteles - 4

"Do homem bom também é verdadeiro dizer que pratica muitos atos no interesse de seus amigos e de sua pátria, e, se necessário, dá a vida por eles. Com efeito, um tal homem de bom grado renuncia à riqueza, às honras e em geral aos bens que são objetos de competição, ganhando para si a nobreza, visto que prefere um breve período de intenso prazer a uma longa temporada de plácido contentamento, doze meses de vida nobre a longos anos de existência prosaica, e uma só ação grande e nobre a muitas ações triviais." - Ética a Nicômaco

A Amizade e Aristóteles - 3

"A todas as pessoas mais velhas, igualmente, devem ser prestadas as honras que convêm à sua idade, erguendo-nos para recebê-las, procurando lugares para elas, etc.; ao passo que aos camaradas e amigos devemos dar liberdade de expressar-se e o uso de todas as coisas em comum." - Ética a Nicômaco

A Amizade e Aristóteles - 2

"As queixas e censuras surgem unicamente ou principalmente nas amizades que se baseiam na utilidade, e isso está conforme ao que seria de esperar. Com efeito, os que são amigos com base na virtude anseiam por fazer bem um ao outro (pois que isso é uma marca de virtude e de amizade), e entre homens que emulam entre si nessas coisas não pode haver queixas nem disputas. Ninguém é ofendido por um homem que o ama e lhe faz bem - e, se é uma pessoa de nobres sentimentos, vinga-se fazendo bem ao outro. E o homem que supera o outro nos serviços prestados não se queixará do seu amigo, visto que obtém aquilo que tinha em vista: com efeito, cada um deles deseja o que é bom." - Ética a Nicômaco

A Amizade e Aristóteles - 1

"Não se pode ser amigo de muitas pessoas no sentido de ter com elas uma amizade perfeita, assim como não se pode amar muitas pessoas ao mesmo tempo (pois o amor é, de certo modo, um excesso de sentimento e está na sua natureza dirigir-se a uma pessoa só); (...) com vistas na utilidade ou no prazer, é possível que muitas pessoas agradem a uma só, pois muitas pessoas são úteis ou agradáveis, e tais serviços não exigem muito tempo." - Ética a Nicômaco

Por uma imprensa ecosófica

“Não há fatos. Pelo menos metade do caso é interpretação.” - Dostoiéviski

Seria preciso aqui retomar uma lição de base? Quem não reconhece a importância, o poder da comunicação no mundo humano? Que a imprensa desde o princípio esteve associada à instituição do poder e seja, ela mesma, o maior veículo contemporâneo do poder, isto também todos parecem reconhecer.

Existe, pois, todos reconhecem, uma política da imprensa, bem como uma imprensa política, já que a comunicação é o ato primeiro da sociabilidade humano civilizado. Mas existe também, o que muitos nem sempre conseguem reconhecer, uma ética da imprensa, bem como uma imprensa ética.

Este talvez seja o problema da diplomação do trabalho jornalístico. Na carência de uma formação de nível superior, muitas questões conceituais da maior importância no trabalho jornalístico fica à mercê de um empirismo, de um intuicionismo nem sempre desejável nem tampouco cientificamente confiável.

Não à toa que grande expressões da mundo da cultura, tais como Nietzsche, Wilde e Balzac, tinham grande críticas ao trabalho da imprensa. Balzac mesmo no prefácio de seu romance Ilusões Perdidas, pede uma intervenção governamental na imprensa de sua época, tal era a manipulação a que os artistas de então eram vítimas.

A comunicação é o espaço público da inteligência coletiva, é o lugar primeiro da “noosfera” humana, é a “trofolaxe humana”. Ela é, portanto, imediatamente política. Toda imprensa é, enfim, política. Isto é uma velha coisa “humana, demasiadamente humana”, nada há de espantoso. Mas que uma certa imprensa queira ser ética, que se pense em uma ética da imprensa, isto espanta por si mesmo. Como pode uma forma de comunicação eminentemente política querer constituir uma ética de si, uma prática de si ética. Impõem-se aqui uma dobra de si, uma nova subjetividade, auto-instituída, um devir sujeito imprevisível...

A ética é domínio de si, autodomínio de si diante das poderosas forças dos instintos, de um lado, e da moral, dos costumes, da sociedade de outro. Em termos psicanalíticos, a Ética é o lugar do Ego na estrutura psíquica humana, mediador heróico das lutas entre os impulsos delirantes do Id e as repressões do Superego. Em termos kantianos, é domínio supra-sensível da liberdade da razão sobre as necessidades materiais de um lado e do constrangimento exterior de outro. É, rigorosamente, a autonomia individual.

A Ética envolve então uma discussão filosófica dos valores, da escolha, da auto-deliberação.

Um dia, espera-se, existirá uma imprensa ecosófica.

quinta-feira, julho 07, 2005

Ética...

Ética não é uma palavra mágica. Não basta evocá-la para possuí-la. “Ética na política”, “ética profissional”, “bioética”, “ética legal”... Não é uma palavra simples que se aplica deste ou daquele modo. A Ética é a própria instabilidade, complexidade, existencial. O universo de si, a consciência de si é, resolve-se em sua complexidade instável, no domínio da Ética. A Ética é o de si para e no mundo. A Ética é o domínio pertencente à dimensão psíquica do Ego. É o modo de um corpo existencial auto-instituir-se. A Ética não está escrita em um manual, em um livro definitivo. A Ética se define na práxis existencial cotidiana.

Primeira lição: não há justas medidas prontas quando o assunto em questão é a Ética.

Mas a complexidade do tema dá o tom do sabor do próblema. Filósofos, homens e mulheres, desde os gregos pelo menos vieram-se colocando diante da Ética.